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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Novas Tecnologias como Estratégias de Educação

Novas tecnologias na educação 

FUNDAMENTAÇÃO

A educação é motivo constante de preocupações, investimentos e debates por parte de governantes, empresários e sociedade de uma forma geral.  As práticas pedagógicas estão sempre em foco, são constantemente questionadas, revisadas, discutidas em mesa redonda, à procura das melhor e mais atual maneira de se promover o processo ensino e aprendizagem de uma maneira mais eficaz, atendendo aos apelos da globalização, a revolução ocorrida nas tecnologias de informação e meios de comunicação e do caminhar rumo a uma sociedade independente.
As tecnologias se tornaram em poucas dezenas de anos, instrumentos poderosos de informação e comunicação, e se estabeleceram, modificando então o nosso pensar e agir em todos os âmbitos. Ninguém pode negar essa realidade nem afastar-se dela, sequer ignorá-la, nem a escola, professores, alunos ou seus pais, numa época em que nosso país e os governos estão a implementar políticas de sustentação para se  manter no Mundo das tecnologias de informação de uma forma significativa.
Existe hoje, uma rápida tendência a se tornar obsoleto todo conhecimento técnico adquirido, devido aos avanços meteóricos de aprendizagem permanente em todas as áreas de estudo, caso não haja uma constante reciclagem dos mesmos. Há duas décadas, as universidades eram vistas como lugares de formação definitiva, conclusão da apreensão de conhecimentos, hoje, tal concepção deu lugar a corrida para apreensão constante do conhecimento não só acadêmico como tecnológico, tal é a velocidade da informação e diferentes os canais que nos levam a ele.
Acreditamos que, ao pesquisar a formação continuada do professor e sua prática docente, bem como aquela direcionada para o uso das tecnologias na escola, seja possível encontrar elementos para nortear futuras formações que permitam avanços na inclusão das tecnologias e colaborem com a mudança e renovação, ajudando o professor a entender a transformação  gerada com o conhecimento na sociedade atual e a utilizar em suas práticas as novas relações entre a tecnologia e o  conhecimento.

ANÁLISE DA SITUAÇÃO

O conceito mais empregado e importante utilizado nesse estudo é Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Define-se por TIC todo e qualquer suporte que maneje, grave, recupere, conduza e receba informação eletrônica de forma digital, incluindo os computadores, as telecomunicações e tecnologia multimédia (Cabero, 2000).
As tecnologias de informação e comunicação e seus impactos na saúde, educação, organizações sociais e políticas, são tema de inúmeros artigos, teses, livros, dissertações, divulgados ultimamente nas diversas áreas do conhecimento. É quase impossível encontrar qualquer forma de disposição que não tenha sido modificado pelas novas tecnologias.
Marques (2000) define: Tecnologia como aplicação dos conhecimentos científicos para otimizar a realização das tarefas humanas, supõe a criação de  artigos, instrumentos, linguagens e processos ao auxílio de pessoas. Comunicação, difusão de mensagem entre pessoas, além de receber informação dos demais precisam comunicar-se, exprimir seus anseios e sentimentos, organizar os comportamentos dos grupos de convivência. Informação: elementos que tem sentido para determinado grupo. A informação é essencial para as pessoas, uma vez, que a partir do processo de apreensão da informação, tomamos decisões no nosso cotidiano que irão nortear nossas ações. Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC): Faz-se citação ao aglomerado de avanços tecnológicos que proporcionam a informática, as tecnologias audiovisuais e as telecomunicações que abrangem o desenvolvimento relacionados com tudo que se refere a  tecnologia: telefonia, internet, computadores, multimídia e realidade virtual. Essas, por sua vez, proporcionam basicamente informação, instrumentos para o seu processo e canais de comunicação.
Ponte (2000), fala que as TIC mencionam três domínios característicos, interligados entre si, são eles: o armazenamento, o processo e a pesquisa de informação desempenhada pelo computador, domínio e automação de máquinas, instrumentos e processos, incluindo em particular a robótica e a transmissão e movimentação de informação.
A sociedade pode ingressar num processo veloz de modernização tecnológica capaz de transformar o rumo das economias e do bem estar social em períodos de tempo bastante abreviados. O domínio das tecnologias em determinadas épocas é um dos fatores predominantes do desenvolvimento histórico e da transformação social.
Na visão de Freire e Freire (1998), se a utilização da impressão revolucionou a sociedade renascentista, sobretudo as formas de disseminação do conhecimento, preparando o cidadão para a então, revolução industrial, a implantação das novas tecnologias de informação na educação promoverá a nova revolução contemporânea.
A dinâmica da sociedade da informação exige educação continuada no decorrer da vida, que torne o indivíduo capaz não só de acompanhar as mudanças tecnológicas, mas principalmente inovar. A educação é o elemento chave na construção de uma sociedade fundamentada na informação, no aprendizado e no conhecimento.
A história da educação informatizada no Brasil, oriunda de um passado recente, data de mais de 20 anos, nasceu nos ano 80, sendo qualificada por órgãos governamentais como um fator para gerar o avanço tecnológico e científico da sociedade e se instituiu através de inúmeras atividades e programas, possibilitando que essa área hoje tenha uma identidade própria.
Na era da informação, educar, significa muito mais que habilitar as pessoas para o manuseio das tecnologias de informação e comunicação: refere-se a investir na apropriação de múltiplas competências,  amplas o suficiente a ponto de  permitir  uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões baseadas no conhecimento, atuar com fluência nos novos  meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar as novas mídias de forma autônoma e criativa seja de formas simples ou sofisticadas.
Segundo Lévy (2000) as novas tecnologias lançam o homem num novo universo virtual, onde se atua a circulação do conhecimento, que o autor nomeia como “inteligência coletiva”, com profundos efeitos no reforço das competências e dos vínculos comunitários estabelecidos entre os agentes sociais. O enigma que se coloca aos sociólogos incide em saber se a experiência do homem nas comunidades ditas virtuais, consagram novas formas de sociabilidade, novas maneiras de interação entre os agentes sociais que compartilham um novo espaço, distinto dos espaços físicos mensuráveis: o ciberespaço. Após o homem se apropriar da técnica e do conjunto de dispositivos tecnológicos, que lhe permitem adentrar nesse espaço será possível essa convivência.
As tecnologias podem ser agregadas ao ensino desde distintas probabilidades, recursos didáticos, objeto de estudo, elemento para a comunicação e como aparelho para investigação.
Não restam dúvidas que as TIC trazem novas perspectivas à comunidade do futuro, na medida em que apresentam potencialidades necessárias a educação e formação, liberando um enriquecimento sucessivo dos saberes, o que conduz ao sistema educativo e ao desenvolvimento ao longo da vida, sejam direcionados à luz do desenvolvimento dessas tecnologias.
O advento da internet significou uma grande revolução no compartilhamento de informação e conhecimento.  Nasceram as primeiras páginas da Web, onde os professores e afins passaram a expor seus conhecimentos e experiências. Romero, Caplonch e La Torre (2005) assinalam que seguido deste fenômeno, apareceram as revistas eletrônicas e a disposição das comunidades em rede que puseram ao alcance de qualquer profissional as inovações tecnológicas existentes.

PROPOSTA DE TRABALHO

Origem do Ensino Médio no Campo – EMCAMPO. No dia 02 de abril de 2008, no Hotel Vila Velha ,na cidade de Salvador-BA, foram convidados todos os técnicos de todas as Direc, para assistir a Palestra da professora Cibele Leal que anunciou como surgiu o projeto intitulado o Ensino Médio no Campo. No Estado do Amazonas, o governo, com o objetivo de tentar resolver o problema de logística na educação do deslocamento dos alunos que moravam nas regiões ribeirinhas, criou o Ensino Médio no Campo com  Intermediação Tecnológica. Os responsáveis técnicos de educação da SEC-BA  foram convidados para ver de perto o funcionamento do Projeto. Observaram, levantaram os questionamentos referentes ao funcionamento das Telessalas "aula presencial em tempo real" para o aluno do
campo. A Secretaria de Educação do nosso Estado (SEC), não aceitou a proposta pedagógica e, em 24 dias, os técnicos elaboraram um Projeto Pedagógico para o Ensino Médio no Campo repeitando as particularidades da nossa realidade. Em agosto de 2008, começou-se a assinar os Protocolos de Intenções com as Prefeituras e, março de 2009, iniciaram-se as aulas do EMCAMPO - Ensino Médio no Campo em todo o Estado da Bahia - governo Jacques Wagner e secretário de Educação, professor Adeum Sauer.
O Programa incide em aulas teletransmitidas via satélite, ao vivo, para salas de aula e do interior da Bahia e da capital, sendo realizadas em um estúdio do Instituto Anísio Teixeira (IAT). Nas declarações do superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica, Nildon Pitombo, os estudantes do campo que participam do programa têm respondido de forma satisfatória e positiva ao uso da tecnologia como ferramenta facilitadora nesse novo formato de aula.
No ano de 2011, o EMCAMPO dá lugar ao Ensino Médio com Intermediação Tecnológica o EMITec.
A adesão ao EMITec é uma decisão da escola e deve ser comunicada à Secretaria de Educação. Essa participação da instituição pode ocorrer através de apenas uma disciplina ou do currículo completo a depender da necessidade de cada localidade.
O Emitec é uma iniciativa pioneira no Nordeste e já alcança 14.686 estudantes com aulas transmitidas via satélite e em tempo real. O projeto garante às populações do campo, nas localidades mais remotas, o acesso à educação no lugar onde vivem. Atualmente, o projeto conta com salas de aula instaladas em 210 localidades, de 93 municípios. Em cada classe, há um mediador (professor) capacitado para tirar as dúvidas dos estudantes, ajudar nas tarefas e mediar o diálogo entre os alunos e o professor teleconferencista.
Transformação - O EMITec destaca o papel das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que permitem a chegada do conhecimento a lugares distantes e possibilitam a participação e interação dos alunos e professores. É com esta linguagem digital que o Emitec vem agindo em várias localidades do interior baiano e revolucionando a metodologia educacional no campo e o cotidiano da sociedade. O estilo inovador do projeto e a probabilidade de longa abrangência tornaram o programa referência para outros estados do Nordeste. Equipes do Piauí e Ceará vieram à Bahia apreciar a tecnologia aplicada. Além disso, o projeto recebeu um prêmio na Categoria Inovação do Prêmio de Excelência Abed Pearson em Educação a Distância (EAD), ganhando o 3º lugar entre projetos de todo o país. A iniciativa se sobressaiu por inovar na oferta de educação básica e por propor sistemas distintos de avaliação para os estudantes, como atividades extraclasse, abalizadas no cotidiano das comunidades. “Apre­sen­tamos para a ABED um me­mo­rial pe­da­gó­gico des­cri­tivo, com todas as in­for­ma­ções im­por­tantes do EMITec, assim como ví­deos das aulas e ati­vi­dades re­a­li­zadas. Acre­dito que o pro­grama se des­taca, jus­ta­mente, pelo ca­ráter ino­vador, com a oferta edu­cação bá­sica para lo­ca­li­dades bem re­motas, através do en­sino a dis­tância.O prêmio também é im­por­tante, pois, com ele, per­ce­bemos ainda mais que re­al­mente es­tamos no ca­minho certo” ressalta a coordenadora do Emitec, Letícia Machado. O projeto também deu origem ao livro ‘Educação Básica com Intermediação Tecnológica: tendências e práticas – volume I’. A obra foi feita a partir de experiências didáticas desenvolvidas entre 2010 e 2011 pelo corpo docente e pedagógico do Emitec. “Esse trabalho traz estratégias e fundamentações muito bem feitas, e o sumário, dividido por área, é algo inusitado no Brasil em se tratando de literatura ligada à educação”.
O livro apresenta práticas pedagógicas vivenciadas no EMITec agora,  os pro­fis­si­o­nais en­vol­vidos no re­fe­rido pro­grama de­ci­diram com­par­ti­lhar suas ex­pe­ri­ên­cias exi­tosas no en­sino médio”,con­si­dera.
 A obra, or­ga­ni­zada por Le­tícia Ma­chado, co­or­de­na­dora exe­cu­tiva do EMITec, traz o re­sul­tado de ex­pe­ri­ên­cias di­dá­ticas de­sen­vol­vidas entre 2010 e 2011 pelo corpo do­cente e pe­da­gó­gico do EMITec, e vivenciados pelos alunos do programa que ini­ciou o tra­balho com in­ter­me­di­ação tec­no­ló­gica em 2008. A pu­bli­cação está di­vi­dida em quatro partes. Na pri­meira, o foco são as es­tra­té­gias co­muns às áreas do co­nhe­ci­mento. A se­gunda cor­res­ponde a ati­vi­dades re­la­tivas à área de ci­ên­cias da na­tu­reza e ma­te­má­tica. A ter­ceira parte re­fere-se à área de lin­gua­gens, có­digos e suas tec­no­lo­gias e, na quarta, o as­sunto é a área de ci­ên­cias hu­manas.
Metodologia - Diante do desafio de levar ensino médio às regiões mais longínquas, zona rural e distritos da Bahia, onde muitas vezes o aluno precisava andar quilômetros, atravessar rios, chegar a cavalo, ou simplesmente não tinham como chegar á escola em tempo hábil para assistir as aulas, devido a imensas distâncias ou a dificuldades de acesso, a solução foi aliar tecnologia a uma metodologia pedagógica especializada. Os conteúdos do projeto Emitec são produzidos com todo cuidado, suas aulas nunca vão pro ar, sem antes ser revisadas pela equipe de avaliação que faz parte da equipe pedagógica do projeto, é esperado um nível de excelência na transmissão dessas aulas, ali não existe horário vago, dispensa de turma por ausência de professor, mesmo com os imprevistos que sobrevêm a todos, o projeto só deixa de transmitir as aulas quando há problemas de contato com o satélite, com uma padronização de comportamento, que perpassa desde o vestuário dos docentes até seu linguajar. Muitos recursos das TICs são utilizados, veiculados através de uma contemporânea plataforma de telecomunicações, com modo de solução tecnológica, que inclui possibilidades de videoconferência e acesso simultâneo à transmissão interativa entre usuários empregando IP (Internet Protocol) por satélite VSAT (Very Small Aperture Terminal).
O EMITec está de acordo com os prin­cí­pios das Di­re­trizes Cur­ri­cu­lares Na­ci­o­nais para o En­sino Médio (DCNEM), Pa­râ­me­tros Cur­ri­cu­lares Na­ci­o­nais para o En­sino Médio (PCNEM), Ori­en­ta­ções Cur­ri­cu­lares Es­ta­duais para o En­sino Médio e o do­cu­mento Prin­cí­pios e Eixos da Edu­cação na Bahia.
Quando acontece o En­contro Ge­ren­cial do EMITec, os par­ti­ci­pantes geralmente os mediadores e diretores de DIREC,têm a chance de co­nhecer os es­tú­dios onde são mi­nis­tradas as aulas e aprender a resolver pro­blemas de trans­missão. Eles vão se familiarizando com o dia a dia do EMITec. As ati­vi­dades não foram in­ter­rom­pidas du­rante o en­contro. Pelo con­trário, fi­zemos questão de manter o cro­no­grama para que os par­ti­ci­pantes pre­sen­ciem a ro­tina dos pro­fes­sores que pre­param as aulas”, ex­plica a co­or­de­na­dora geral do EMITec, Le­tícia Ma­chado.
Trans­missão em tempo real - O Pro­grama conta com 70 pro­fes­sores do quadro efe­tivo da rede es­ta­dual de edu­cação da Bahia, es­pe­ci­a­listas em todas as dis­ci­plinas do cur­rí­culo es­colar da edu­cação bá­sica. As aulas são mi­nis­tradas em es­túdio e trans­mi­tidas, via sa­té­lite, em tempo real, para 408 salas de aula ins­ta­ladas em 292 lo­ca­li­dades lon­gín­quas da zona rural do es­tado, onde as di­fi­cul­dades de acesso e de mo­bi­li­dade eram um pro­blema para a apren­di­zagem.
Em cada sala de aula, um pro­fessor da rede es­ta­dual ou mu­ni­cipal atua como tutor/me­di­ador dos alunos, au­xi­li­ando nos tra­ba­lhos e ti­rando dú­vidas. O ca­len­dário es­colar do EMITec segue com re­gu­la­ri­dade e os 14.500 es­tu­dantes aten­didos pelo pro­grama estão ini­ci­ando a 3ª uni­dade do ano le­tivo.
In­tervir para me­lhorar - O tra­balho de­sen­vol­vido com o EMITec é mo­ni­to­rado pela Se­cre­taria da Edu­cação do Es­tado da Bahia. A di­re­tora da Edu­cação Bá­sica da Se­cre­taria, Ana Lúcia Gomes, in­forma que “o EMITec é acom­pa­nhado pelo Pro­jeto de Mo­ni­to­ra­mento, Ava­li­ação e In­ter­venção Pe­da­gó­gica (Paip). Se­gundo a di­re­tora,  “o nú­cleo do Paip foca as ques­tões dos mo­ni­tores, o re­gistro das aulas e o de­sem­penho dos es­tu­dantes nas ava­li­a­ções para ela­borar as es­tra­té­gias de in­ter­venção e apri­morar o pro­grama”.
Tornar o que é bom ainda me­lhor é o que mo­tiva a co­or­de­na­dora do EMITec na Direc de Ser­rinha, Isolda Pel­le­grini, a par­ti­cipar do En­contro para re­velar sua ex­pe­ri­ência. “Fui agra­ciada quando o EMITec chegou ao Con­junto Penal de Ser­rinha, no dis­trito de Car­naúba. Posso ver nos olhos da­queles que estão pri­vados de li­ber­dade a es­pe­rança de ter a vida re­pa­gi­nada, de re­cu­perar a au­to­es­tima. Eles pró­prios falam que se não fosse o EMITec, talvez não es­ti­vessem cur­sando o en­sino médio”, conta a co­or­de­na­dora, prestes a co­me­morar a for­ma­tura da pri­meira turma este ano. “Muitos já estão so­nhando com a fa­cul­dade”, co­me­mora.
CONCLUSÃO
Os programas de educação à distância são incentivados pela nova LDB (art. 80, § 4o.) em todos os níveis e modalidades do ensino, desde que as Instituições a oferecê-los estejam devidamente credenciadas. Nesse tipo de ensino estão compreendidos desde os cursos como o que certas universidades oferecem em convênio com Centros Pedagógicos ou escolas, por exemplo, tendo como instrumentos de trabalho materiais escritos e livros, até as transmissões de informações por canais especiais de televisão e a conexão à Internet.
Dentro dessa perspectiva e oferecendo aulas on line, o EMITec, vem quebrando as barreiras físicas e tornando possível, apesar de muitas dificuldades, a conclusão do ensino médio para esse público. Primando pela qualidade das aulas, já se observa como resultado o ingresso de alunos egressos desse projeto em faculdades.
Dessa forma, o cenário da educação vem mudando paulatinamente, e o que antes era uma novidade bastante questionada quanto ao seu sucesso, por conta do seu caráter EAD, vem sendo não só premiado em várias partes do país, como também, existe hoje o interesse de alguns estados em copiar a fórmula que vem dando certo, como também o nome do projeto, tão pertinente, Ensino Médio com Intermediação Tecnológica – EMITec.

BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Celso. Glossário para Educadores. Petrópolis: Vozes, 2001

BRASIL. Lei nº. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB). Disponível em:
<http://www.mec.gov.br/home/legislacao/default.shtm>. Acesso em: 12 nov. 2000
BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2002. 244p.
Ponte,J.P (2000). Tecnologias de informação e Comunicação na formação de professores: que desafios? Revista Iberoamericana de Educacíon, n.24, p.63-90.
Freire e Freire (1998),- Freire P.I.M., Freire, G.H (1998). Navegando a literatura: o hipertexto como instrumento de ensino. Transinformação, Campinas, v. 10, n.2, p.77-92
Pablos, J.(2007). El deporte y la actividad física entre La utopia y la sociedade de consumo. In: Colás Bravo, M. P., Romero Granados, S, De Pablos, J, Romero,S.,  Caplonch, M., e Latorre, A. (2005). Educacíon Física a través Del ordenador. Las webquest: Nuevos recursos para el alumnado. Comunicacíon e Pedagogía, n. 206, p.58-62.
SAMPIERI, R. Hernandez, COLLADO, C. Fernandez, LUCIO, P.Baptista. Metodologia de Pesquisa. São Paulo,Mc Graw Hill, 2006



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Redes Sociais


Redes Sociais
Por: Marcele Souza
As redes sociais são ferramentas online que permitem a interação e atualização de conteúdos de forma simples sem a necessidade de nenhum programa auxiliar, através do próprio navegador e cada uma possui um objetivo diferente. 
A sua aplicabilidade no âmbito educacional se justifica por ser simples, cômodo e fácil de usar. Dentre suas vantagens destacamos por exemplo a interatividade, o protagonismo do aluno, acessibilidade em qualquer lugar, a potencialização da aprendizagem, a colaboração e etc.
Blog
Web site onde são inseridos por ordem cronológica as mensagens de um ou mais autores, sobre uma temática ou como diário pessoal. Compartilham elementos comuns, como uma lista de links para outros Blogs, links permanentes que pode-se citar uma anotação ou uma função para adicionar comentários e etc.
Orkut
É um dos sites de relacionamentos mais conhecido seu objetivo é que seus usuários mantenham contato com seus amigos e tenha uma vida social ativa, um dos recursos principais do Orkut é a criação e participação em comunidades.
Facebook 
Maior rede social do mundo, com 845 milhões de usuários, muito eficaz na divulgação de diversos tipos de conteúdo, principalmente por causa do seu rápido e prático mecanismo de compartilhamentos.
Twitter
Microblog limitado a 140 caracteres, criado para ser uma maneira fácil e instantânea de conectar as pessoas e suas ideias, histórias e informações, com o mundo.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Investigações Matemáticas



Características de uma aula baseada em Investigações Matemáticas*

Segundo o texto a aula de investigação matemática é dividida em três fases à saber: Introdução da tarefa, desenvolvimento do trabalho e discussão final/reflexão.
i) Introdução da tarefa
Fase que determinará o sucesso da atividade, o professor deve apresentar a atividade e o objetivo da realização, explicar sobre a natureza da tarefa, dizer o que é um trabalho de investigação matemática.
Solicitar a leitura da atividade primeiro individual e depois de maneira coletiva para dirimir as dúvidas, eles devem compreender a situação proposta.

ii) Desenvolvimento da tarefa
A ideia é que o aluno adquira atitude investigativa, centra nas suas descobertas e pesquisas.O professor assume a postura de orientador, questionando para direcionar o trabalho investigativo.
Aqui o aluno irá organizar os dados, formular questões, fazer conjecturas, testar, demonstrar.

iii) Discussão/Reflexão
Esta etapa deve ser realizada na mesma aula para que não se perca a riqueza de todas as explorações feitas pelos alunos, além de fazer uma reflaxão para o professor do seu trabalho o que permite valorizar o processo e não o produto final.
O professor deve confrontar os alunos com hipóteses, estratégias, dificuldades que tenham passado, clarificação das ideias, sistetizar conclusões e validar resultados.

Não podemos deixar de enfatizar a importancia do planejamento da atividade, etapa que antecede a realização da tarefa, o professor deve ter o cuidado de pesquisar muito, selecionar, adaptar, contruir. Deve ainda elaborar a estrutura da aula, organização, o modo de trabalho dos alunos, e fazer a gestão do tempo que será gasto.
*As actividades de investigação, o professor e a aula de matemática (Helena Fonseca, Lina Brunheira e João Pedro da Ponte

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Alfabetização científica


Resumo Texto
Alfabetização científica:
uma possibilidade para a inclusão social
Por: Marcele Souza


Há fantásticas modificações no mundo de hoje e o quanto elas atingem a educação, ou, mais especificamente, as salas de aula. Não temos dúvidas do quanto a globalização confere novas realidades à educação. Talvez, para uma facilitação, pudéssemos dirigir nosso olhar para duas direções. Primeira, o quanto são diferentes as múltiplas entradas do mundo exterior na sala de aula; e a outra direção, o quanto essa sala de aula se exterioriza, atualmente, de uma maneira diferenciada. A escola, então, era referência na comunidade pelo conhecimento que detinha.
Pelo acesso que os alunos tem hoje a informação, habilidades com meios eletrônicos, interativos e o mundo virtual, perdendo a escola (e o professor) o papel de centro de referência do saber, onde a quantidade e a velocidade de informações o fazem parecer
cada vez menor.
Pode-se até afirmar que a globalização determinou uma inversão no fluxo do conhecimento, em que o mundo exterior que invade a escola esta por sua vez, pode não ter mudado; entretanto, pode-se afirmar que ela foi mudada.
Até o começo dos anos de 1990, o era ensino centrado quase exclusivamente na necessidade de fazer com que os estudantes adquirissem conhecimento científicos. A transmissão de conteúdos era o que importava. Um dos índices de eficiência de um professor era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes. Era preciso que os alunos decorassem as teorias, os conceitos e os processos científicos. Um estudante competente era aquele depositário de conhecimentos. Eram os professores que faziam com que os estudantes adquirissem esses conhecimentos, ou seja, uma educação bancária.
Hoje não se pode mais conceber propostas para um ensino de ciências sem incluir nos currículos componentes que estejam orientados na busca de aspectos sociais e pessoais dos estudantes.

A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida.
O Autor defende que a ciência seja uma linguagem; assim, ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de uma leitura do universo.
Entender a ciência nos facilita, também, contribuir para controlar e prever as transformações que ocorrem na natureza. Considerar a ciência como uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural e sabê-la como descrição do mundo natural ajuda a entendermos a nós mesmos e o ambiente que nos cerca.
Assim como se exige que os alfabetizados em língua materna sejam cidadãs e cidadãos críticos, em oposição, por exemplo, aos analfabetos políticos, seria desejável que os alfabetizados cientificamente não apenas tivessem facilitada a leitura do mundo em que vivem, mas entendessem as necessidades de transformá-lo.
A ciência, todavia, tem compromissos com a sociedade, pois é a sociedade a cofinanciadora da pesquisa que se fazem na ciência.
Assim, poderíamos pensar que alfabetização científica signifique possibilidades de que a grande maioria da população disponha de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para se desenvolver na vida diária, ajudar a resolver os problemas e as necessidades de saúde e sobrevivência básica, tomar consciência das complexas relações entre ciência e sociedade.
Nas aulas, em qualquer etapa da escolarização, poucas vezes falamos em modelos prováveis, mesmo que a maioria de nossas discussões nas ciências se desenvolvam através de modelos. Nunca é demais insistir que os modelos que usamos não são a realidade. São aproximações facilitadoras para entendermos a realidade e que nos permitem algumas generalizações. Talvez a marca da incerteza, hoje tão mais presente na ciência, devesse estar mais fortemente presente em nossas aulas.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ciência – Tecnologia – Sociedade


Resumo Texto 
Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência – Tecnologia
Sociedade) no contexto da educação brasileira
Por: Marcele Souza

Vivemos hoje em um mundo notadamente influenciado pela ciência e tecnologia. As sociedades modernas passaram a confiar na ciência e na tecnologia como se confia em uma divindade. Com o desenvolvimento do modo de produção capitalista, houve uma
cientificização da técnica e, nesse processo, o desenvolvimento tecnológico passou a depender de um sistema institucional no qual conhecimento técnico e científico são interdependentes. Não existe a neutralidade científica nem a ciência é eficaz para resolver as grandes questões éticas e sócio-políticas da humanidade.
O novo cientista deve, sobretudo, a capacidade de dialogar com outras áreas para participar da análise de problemas em uma perspectiva multidisciplinar.
Alfabetizar, portanto, os cidadãos em ciência e tecnologia é hoje uma necessidade do
mundo contemporâneo trata-se de disponibilizar as representações que permitam ao cidadão agir, tomar decisão e compreender o que está em jogo no discurso dos especialistas.
A proposta curricular de CTS corresponderia, portanto, a uma integração entre educação científica, tecnológica e social, em que os conteúdos científicos e tecnológicos são estudados juntamente com a discussão de seus aspectos históricos, éticos, políticos e sócio-econômicos.
Os trabalhos curriculares em CTS surgiram, assim, como decorrência da necessidade
de formar o cidadão em ciência e tecnologia. O cenário em que tais currículos foram desenvolvidos corresponde, no entanto, ao dos países industrializados, na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, em que havia necessidades prementes quanto à educação científica e tecnológica
O objetivo central da educação de CTS no ensino médio é desenvolver a alfabetização
científica e tecnológica dos cidadãos, auxiliando o aluno a construir conhecimentos, habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis sobre questões de ciência e tecnologia na sociedade e atuar na solução de tais questões.
As propostas identificam, assim, três objetivos gerais: aquisição de conhecimentos, utilização de habilidades e desenvolvimento de valores. Destaca-se, portanto, entre os objetivos, o desenvolvimento de valores. Esses valores estão vinculados aos interesses coletivos, como os de solidariedade, de fraternidade, de consciência do compromisso social, de reciprocidade, de respeito ao próximo e de generosidade.
A estrutura conceitual dos cursos de CTS é composta pelos seguintes temas: conceitos científicos e tecnológicos, processos de investigação e interações entre ciência, tecnologia e sociedade. A aquisição de conhecimentos científicos e tecnológicos enfatizaria aspectos relacionados ao interesse pessoal, à preocupação cívica e às perspectivas culturais.
A tecnologia pode ser compreendida como o conhecimento que nos permite controlar e
modificar o mundo. Atualmente a tecnologia está associada diretamente ao conhecimento científico, de forma que hoje tecnologia e ciência são termos indissociáveis. Isso tem levado a uma confusão comum que é reduzir a tecnologia à dimensão de ciência aplicada.
A tecnologia consiste em um conjunto de atividades humanas, associadas a sistemas de
símbolos, instrumentos e máquinas, visando à construção de obras e à fabricação de produtos por meio de conhecimento sistematizado.
O conteúdo dos currículos de CTS, tem um caráter multidisciplinar. Os conceitos são sempre abordados em uma perspectiva relacional, de maneira a evidenciar as diferentes dimensões do conhecimento estudado, sobretudo as interações entre ciência, tecnologia e sociedade. Nesses currículos, procura-se evidenciar como os contextos social, cultural e ambiental.
Pesquisas sobre abordagens mais efetivas de CTS geralmente indicam que os seus
materiais de ensino são melhores organizados na seqüência de etapas à seguir:
seqüenciada pelos passos: (1) introdução de um problema social; (2) análise da tecnologia relacionada ao tema social; (3) estudo do conteúdo científico definido em função do tema e da tecnologia introduzida; (4) estudo da tecnologia correlata em função do conteúdo apresentado e (5) discussão da questão social original.
O processo de implantação de currículos de CTS vem ocorrendo em diversos países
desde a década de setenta, com a elaboração de materiais didáticos, sua aplicação e avaliação e a realização de cursos de formação de professores. Esse processo de implantação tem sido avaliado por inúmeras pesquisas, as quais têm constatado que os estudantes, de uma maneira geral, têm se beneficiado com a introdução desses currículos. Isso evidencia que a reforma curricular atual do ensino médio depende de um processo de formação continuada de professores para que não se torne letra morta na legislação.
Não adianta apenas inserir temas sociais no currículo, sem qualquer mudança significativa na prática e nas concepções pedagógicas. Sem uma compreensão do papel social do ensino de ciências, podemos incorrer no erro da simples maquiagem dos currículos atuais com pitadas de aplicação das ciências à sociedade. Ou seja, sem contextualizar a situação atual do sistema educacional brasileiro, das condições de trabalho e de formação do professor, dificilmente poderemos contextualizar os conteúdos científicos na perspectiva de formação da cidadania.

terça-feira, 27 de março de 2012

MULTIDISCIPLINARIDADE...


Resumo Texto 
MULTIDISCIPLINARIDADE - INTERDISCIPLINARIDADE –
TRANSDISCIPLINARIDADE
Por: Marcele Souza

O currículo escolar é multidisciplinar, está dividido em várias disciplinas. Segundo Descartes os estudos profundos de recortes feitos para melhor compreensão da Natureza, proporciona o entendimento do todo, estes originam as disciplinas.
A critica a cerca do olhar cartesiano está na fragmentação da forma reducionista utilizada para se explicar a Natureza. Ao propor recorte, perdem-se as relações entra as ciências dentro da Natureza, visto que, apenas uma disciplina não consegue explicar os fenômenos ou resolver um problema.
Alguns autores defendem que a multidisciplinaridade é uma tentativa de romper com a visão reducionista de Descartes, já que, para eles estudar um determinado elemento recorre-se a informações de várias matérias.
A interdisciplinaridade tem origem no pensamento de Capra, no qual defende que todas as coisas estão interligadas, ou seja, para se compreender o todo é necessário estudar todas as partes e entender as relações entre elas. Define a interdisciplinaridade como a interação entre duas ou mais disciplinas.
Na interdisciplinaridade escolar a perspectiva é educativa, as noções, finalidades, habilidades e técnicas favorecem ao processo de aprendizagem, respeitando os saberes dos alunos e sua integração.
O ensino baseado na interdisciplinaridade proporciona uma aprendizagem mais estruturada e rica, onde os conceitos estão organizados em torno de unidades globais de estruturas conceituais e metodológicas compartilhada por várias disciplinas.
A transdisciplinaridade no pensamento complexo de Morin, que propõe um novo olhar aos sistemas, de forma que todas as coisas sejam vistas como uma só, não existindo fronteiras entre as disciplinas, procurando uma interação máxima entre as disciplinas respeitando suas individualidades. Isso significa que existe um pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas, ela é mais integradora.
Na transdiciplinaridade não existe fronteira entre as disciplinas, é como está ao mesmo tempo entre, através, e além das disciplinas. Sua finalidade é a compreensão do mundo atual, para o que um dos imperativos é a unidade do conhecimento. Ela também exige uma postura de democracia cognitiva, superando o preconceito introduzido pela hierarquização dos saberes.






segunda-feira, 26 de março de 2012

INTERDISCIPLINARIDADE


Resumo Texto 
INTERDISCIPLINARIDADE:
UM CONCEITO EM CONSTRUÇÃO
Por: Marcele Souza

Segundo o autor do texto muito as disse sobre a interdisciplinaridade, não se formalizou um conceito concreto capaz de unir epistemólogo, filósofos e professores num consenso. A ciência segundo Japiassú vislumbra um diálogo interdisciplinar que torne os saberes específicos acessível a todos. Ele introduziu no Brasil as concepções sobre interdisciplinaridade de foco epistemológico, considera que seja uma solução para o problema da disciplinaridade.
Afirma que a interdisciplinaridade é fundamental para a comunicação entre as disciplinas de modo que resulte numa modificação entre elas. Indica dois níveis de trabalho interdisciplinar, o nível pluridisciplinar consiste no estudo do mesmo objeto por diferentes disciplinas, sem que haja convergência quanto aos conceitos e métodos; e o interdisciplinar consiste em uma integração das disciplinas no nível de conceitos e métodos.
Para dar conta do interdisciplinar, Japiassú aponta dois métodos distintos e complementares: o método da tarefa e o método da reflexão interdisciplinar.
Já Fazenda, marca o caráter problemático da disciplinaridade no campo educacional brasileiro e aponta para uma pedagogia interdisciplinar.
Demo por sua vê, define a interdisciplinaridade como a arte do aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexidade do real.
Na visão de Siepierski, não existe consenso quanto ao significado de interdisciplinaridade.
O discurso da interdisciplinaridade não consegue superar a visão idealista, pois se baseiam na superação da compartimentalização dos conhecimentos e na perspectiva meramente dialógica entre as disciplinas.
Jantsch e Bianchetti argumentam que a interdisciplinaridade não pode ser concebida fora dos modos de produção históricos em vigor, ao qual subjazem a filosofia e a ciência. A abordagem interdisciplinar deve ser entendida como produto histórico. Eles ainda situam a interdisciplinaridade no campo da epistemologia e criticam a sua vinculação à filosofia do sujeito, recusam a acepção iluminista e rejeitam a ideia de realização de trabalhos em equipes. Defendem uma concepção dialética ou histórica da produção do conhecimento/pensamento pela ênfase dada à relação entre objeto e sujeito, como prerrogativa para a interdisciplinaridade, posto que nem objeto e nem sujeito são autônomos.
Para Etges a interdisciplinaridade deve orientar-se na direção da visão dialética ou histórica. O fenômeno interdisciplinar não é metafísico; funda-se no trabalho dos cientistas.
Veiga Neto estuda e entende a interdisciplinaridade como um processo pertencente à disciplinaridade e não como posição antagônica que deve ser superada. Para ele tanto a disciplinaridade como a interdisciplinaridade são partícipes de um mesmo processo histórico educacional e entende a interdisciplinaridade como um trabalho conjunto de várias disciplinas em direção do mesmo objeto de pesquisa.
Em autores como Sá, Moreira e Oliveira e Jodelet são encontradas duas associações entre interdisciplinaridade e representações sociais a saber: A primeira associação remete à ideia de multidisciplinaridade e a segunda associa a interdisciplinaridade à escola brasileira de representações sociais.
A interdisciplinaridade e representações sociais se localizam em campos que ora se constroem, ora apresentam características de superação paradigmática.