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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Alfabetização científica


Resumo Texto
Alfabetização científica:
uma possibilidade para a inclusão social
Por: Marcele Souza


Há fantásticas modificações no mundo de hoje e o quanto elas atingem a educação, ou, mais especificamente, as salas de aula. Não temos dúvidas do quanto a globalização confere novas realidades à educação. Talvez, para uma facilitação, pudéssemos dirigir nosso olhar para duas direções. Primeira, o quanto são diferentes as múltiplas entradas do mundo exterior na sala de aula; e a outra direção, o quanto essa sala de aula se exterioriza, atualmente, de uma maneira diferenciada. A escola, então, era referência na comunidade pelo conhecimento que detinha.
Pelo acesso que os alunos tem hoje a informação, habilidades com meios eletrônicos, interativos e o mundo virtual, perdendo a escola (e o professor) o papel de centro de referência do saber, onde a quantidade e a velocidade de informações o fazem parecer
cada vez menor.
Pode-se até afirmar que a globalização determinou uma inversão no fluxo do conhecimento, em que o mundo exterior que invade a escola esta por sua vez, pode não ter mudado; entretanto, pode-se afirmar que ela foi mudada.
Até o começo dos anos de 1990, o era ensino centrado quase exclusivamente na necessidade de fazer com que os estudantes adquirissem conhecimento científicos. A transmissão de conteúdos era o que importava. Um dos índices de eficiência de um professor era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes. Era preciso que os alunos decorassem as teorias, os conceitos e os processos científicos. Um estudante competente era aquele depositário de conhecimentos. Eram os professores que faziam com que os estudantes adquirissem esses conhecimentos, ou seja, uma educação bancária.
Hoje não se pode mais conceber propostas para um ensino de ciências sem incluir nos currículos componentes que estejam orientados na busca de aspectos sociais e pessoais dos estudantes.

A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida.
O Autor defende que a ciência seja uma linguagem; assim, ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de uma leitura do universo.
Entender a ciência nos facilita, também, contribuir para controlar e prever as transformações que ocorrem na natureza. Considerar a ciência como uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural e sabê-la como descrição do mundo natural ajuda a entendermos a nós mesmos e o ambiente que nos cerca.
Assim como se exige que os alfabetizados em língua materna sejam cidadãs e cidadãos críticos, em oposição, por exemplo, aos analfabetos políticos, seria desejável que os alfabetizados cientificamente não apenas tivessem facilitada a leitura do mundo em que vivem, mas entendessem as necessidades de transformá-lo.
A ciência, todavia, tem compromissos com a sociedade, pois é a sociedade a cofinanciadora da pesquisa que se fazem na ciência.
Assim, poderíamos pensar que alfabetização científica signifique possibilidades de que a grande maioria da população disponha de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para se desenvolver na vida diária, ajudar a resolver os problemas e as necessidades de saúde e sobrevivência básica, tomar consciência das complexas relações entre ciência e sociedade.
Nas aulas, em qualquer etapa da escolarização, poucas vezes falamos em modelos prováveis, mesmo que a maioria de nossas discussões nas ciências se desenvolvam através de modelos. Nunca é demais insistir que os modelos que usamos não são a realidade. São aproximações facilitadoras para entendermos a realidade e que nos permitem algumas generalizações. Talvez a marca da incerteza, hoje tão mais presente na ciência, devesse estar mais fortemente presente em nossas aulas.

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