Resumo
Texto
Alfabetização
científica:
uma
possibilidade para a inclusão social
Por: Marcele Souza
Há
fantásticas modificações no mundo de hoje e o quanto elas atingem
a educação, ou, mais especificamente, as salas de aula. Não temos
dúvidas do quanto a globalização confere novas realidades à
educação. Talvez, para uma facilitação, pudéssemos dirigir nosso
olhar para duas direções. Primeira, o quanto são diferentes as
múltiplas entradas do mundo exterior na sala de aula; e a outra
direção, o quanto essa sala de aula se exterioriza, atualmente, de
uma maneira diferenciada. A
escola, então, era referência na comunidade pelo conhecimento que
detinha.
Pelo
acesso que os alunos tem hoje a informação, habilidades com meios
eletrônicos, interativos e o mundo virtual, perdendo a escola (e o
professor) o papel de centro de referência do saber, onde a
quantidade e a velocidade de informações o fazem parecer
cada
vez menor.
Pode-se
até afirmar que a globalização determinou uma inversão no fluxo
do conhecimento, em que o mundo exterior que invade a escola esta por
sua vez, pode não ter mudado; entretanto, pode-se afirmar que ela
foi mudada.
Até
o começo dos anos de 1990, o era ensino centrado quase
exclusivamente na necessidade de fazer com que os estudantes
adquirissem conhecimento científicos. A transmissão de conteúdos
era o que importava. Um dos índices de eficiência de um professor
era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes. Era preciso
que os alunos decorassem as teorias, os conceitos e os processos
científicos. Um estudante competente era aquele depositário de
conhecimentos. Eram os professores que faziam com que os estudantes
adquirissem esses conhecimentos, ou seja, uma educação bancária.
Hoje
não se pode mais conceber propostas para um ensino de ciências sem
incluir nos currículos componentes que estejam orientados na busca
de aspectos sociais e pessoais dos estudantes.
A
alfabetização científica pode ser considerada como uma das
dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma
educação mais comprometida.
O
Autor defende que a ciência seja uma linguagem; assim, ser
alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está
escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de
uma leitura do universo.
Entender
a ciência nos facilita, também, contribuir para controlar e prever
as transformações que ocorrem na natureza. Considerar a ciência
como uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural e
sabê-la como descrição do mundo natural ajuda a entendermos a nós
mesmos e o ambiente que nos cerca.
Assim
como se exige que os alfabetizados em língua materna sejam cidadãs
e cidadãos críticos, em oposição, por exemplo, aos analfabetos
políticos, seria desejável que os alfabetizados cientificamente não
apenas tivessem facilitada a leitura do mundo em que vivem, mas
entendessem as necessidades de transformá-lo.
A
ciência, todavia, tem compromissos com a sociedade, pois é a
sociedade a cofinanciadora da pesquisa que se fazem na ciência.
Assim,
poderíamos pensar que alfabetização científica signifique
possibilidades de que a grande maioria da população disponha de
conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para se
desenvolver na vida diária, ajudar a resolver os problemas e as
necessidades de saúde e sobrevivência básica, tomar consciência
das complexas relações entre ciência e sociedade.
Nas
aulas, em qualquer etapa da escolarização, poucas vezes falamos em
modelos prováveis, mesmo que a maioria de nossas discussões nas
ciências se desenvolvam através de modelos. Nunca é demais
insistir que os modelos que usamos não são a realidade. São
aproximações facilitadoras para entendermos a realidade e que nos
permitem algumas generalizações. Talvez a marca da incerteza, hoje
tão mais presente na ciência, devesse estar mais fortemente
presente em nossas aulas.
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