Resumo
Texto
INTERDISCIPLINARIDADE:
UM
CONCEITO EM CONSTRUÇÃO
Por: Marcele Souza
Segundo
o autor do texto muito as disse sobre a interdisciplinaridade, não
se formalizou um conceito concreto capaz de unir epistemólogo,
filósofos e professores num consenso. A ciência segundo Japiassú
vislumbra um diálogo interdisciplinar que torne os saberes
específicos acessível a todos. Ele introduziu no Brasil as
concepções sobre interdisciplinaridade de foco epistemológico,
considera que seja uma solução para o problema da disciplinaridade.
Afirma
que a interdisciplinaridade é fundamental para a comunicação entre
as disciplinas de modo que resulte numa modificação entre elas.
Indica dois níveis de trabalho interdisciplinar, o nível
pluridisciplinar consiste no estudo do mesmo objeto por diferentes
disciplinas, sem que haja convergência quanto aos conceitos e
métodos; e o interdisciplinar consiste em uma integração das
disciplinas no nível de conceitos e métodos.
Para
dar conta do interdisciplinar, Japiassú aponta dois métodos
distintos e complementares: o método da tarefa e o método da
reflexão interdisciplinar.
Já
Fazenda, marca o caráter problemático da disciplinaridade no campo
educacional brasileiro e aponta para uma pedagogia interdisciplinar.
Demo
por sua vê, define a interdisciplinaridade como a arte do
aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo
tempo, da particularidade e da complexidade do real.
Na
visão de Siepierski, não existe consenso quanto ao significado de
interdisciplinaridade.
O
discurso da interdisciplinaridade não consegue superar a visão
idealista, pois se baseiam na superação da compartimentalização
dos conhecimentos e na perspectiva meramente dialógica entre as
disciplinas.
Jantsch
e Bianchetti argumentam que a interdisciplinaridade não pode ser
concebida fora dos modos de produção históricos em vigor, ao qual
subjazem a filosofia e a ciência. A abordagem interdisciplinar deve
ser entendida como produto histórico. Eles ainda situam a
interdisciplinaridade no campo da epistemologia e criticam a sua
vinculação à filosofia do sujeito, recusam a acepção iluminista
e rejeitam a ideia de realização de trabalhos em equipes. Defendem
uma concepção dialética ou histórica da produção do
conhecimento/pensamento pela ênfase dada à relação entre objeto e
sujeito, como prerrogativa para a interdisciplinaridade, posto que
nem objeto e nem sujeito são autônomos.
Para
Etges a interdisciplinaridade deve orientar-se na direção da visão
dialética ou histórica. O fenômeno interdisciplinar não é
metafísico; funda-se no trabalho dos cientistas.
Veiga
Neto estuda e entende a interdisciplinaridade como um processo
pertencente à disciplinaridade e não como posição antagônica que
deve ser superada. Para ele tanto a disciplinaridade como a
interdisciplinaridade são partícipes de um mesmo processo histórico
educacional e entende a interdisciplinaridade como um trabalho
conjunto de várias disciplinas em direção do mesmo objeto de
pesquisa.
Em
autores como Sá, Moreira e Oliveira e Jodelet são encontradas duas
associações entre interdisciplinaridade e representações sociais
a saber: A primeira associação remete à ideia de
multidisciplinaridade e a segunda associa a interdisciplinaridade à
escola brasileira de representações sociais.
A
interdisciplinaridade e representações sociais se localizam em
campos que ora se constroem, ora apresentam características de
superação paradigmática.
Nenhum comentário:
Postar um comentário